domingo, 9 de novembro de 2008

PASTOR...


Pastor, a virtude de ser,
De rebanhos, não de almas,
Só de ovelhas, calmas,
Entre arbustos do saber.

Pastor de ovelhas abstraído,
A ler fragmentos no infinito,
Enquanto o rebanho circunscrito,
Murmura, a sinfonia do balido.

No silencio, sua alma procura,
Beber das verdades do universo,
Para além do falso, e do controverso,
Ler pelas estrelas, sábia escritura

O crepúsculo, o orvalho, o espelho estelar,
As águas deslizam, os sons, os ruídos,
Os mansos rebanhos já estão recolhidos,
E também os pastores foram-se deitar.

Recolhidos em sonos e sonhos rupestres,
Dias melancólicos, no pasto, nos montes,
Na roca da vida, os fios são pontes,
Pro jardim do Éden, de frutos silvestres.

Manuel Jorge Monteiro de Lima

Nenhum comentário: