sábado, 15 de novembro de 2008

LUA


Foste sempre a musa, a enamorada,
Dos bardos, dos cantos e das paixões.
Destilas eflúvios de amor, e ritmados bordões,
Da essência e eterna poesia, da madrugada.
Vasculho o céu pra dizer-te algo diferente
OH Lua sempiterna, gravitas num idílio
Com a terra, em eficiente concílio,
Opostas vias, casamento permanente.

É meu desejo dar ênfase a este poema,
Num canto, que canto em doce enleio
Projeto de amor, o brocado do tema,
Singela busca, adusta, que gera anseio,
Oculta neste Ser, quase sempre amando
Coração palpitante como estrela a pulsar
Tal candeia velha, de luz bruxuleando.

O prefácio está neste peito e mais o canto,
E tu Lua! Não esperavas que te perguntasse,
Da minha interrogação, deste meu espanto,
Por que me escondes a tua outra face?
Na penumbra, Oh Lua ilumina e me faculta
Quero-te nua e desvendar este teu segredo,
Quero entender os teus relevos, de manhã cedo.
Por que escondes a outra face, sempre oculta?


Manuel Jorge
Alphaville

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