
(Efigênia Coutinho)
Versos apaixonados ao som duma lira
O amor, com doçura leva meu canto;
Pelos olhos azuis, que te desejam tanto
Derretendo o coração, soluça e suspira.
Audaz sonhadora, essa que aspira
Dos teus mimos, o sonho, a ventura,...
Infundi-me em extremos de ternura,
Sentimentos que ao tempo perdura.
Dizes para não amar! Eu clamo e amo,
Bradando lamentos, lágrimas derramo...
Onde deixaste os sonhos do amor?...
Contudo, em mim, o amor perdura
Ao celeste céu, por benignos lumes,
Amando, com ardor, teus queixumes.
Balneário Comburiu

(Manuel Jorge Monteiro de Lima)
Dedilhada a Lira, o amor expressa
O canto platônico no calor de um ninho.
Que a Diva aspira e com verso começa
Tal um trinar aflito, de um passarinho.
O tempo que foi e não mais retorna.
O tempo que jaz e já foi vivido.
Que seja esquecido de alguma forma,
Escreva-se o presente, viva-se pra ser lido.
Viva-se o amor da eterna juventude,
Expandindo o Ser pra eternidade.
Façamos amor, magnífico e amiúde,
Nesta minha alcova que não tem idade.
Aninha no peito, com sofreguidão,
Ascende o amor, diz não à fantasia,
Pois o João de barro faz sua mansão
No Ipê florido à espera do dia.
Em que a feita de amor terá seu começo,
Vivido o momento de prazer indomável.
Alvoroçando as asas, virando do avesso,
Num momento sublime e indecifrável.
Alphaville, 17 de setembro de 2009