segunda-feira, 19 de outubro de 2009

VENHA DO CÉU... (Dueto poético)


Que seja apenas suplica e não tormento.
Cumpra-se o desejo, puro e desmedido,
Dum liberto coração, como aditamento
À pauta de amor, de um bardo emudecido.

O Manuscrito em verso, uma alusão, ”venha do Céu”.
Ensejou-me um replica pobre, lê, minha incultura
Que me escasseia as palavras, deixa-me ao léu.
Vejo o remédio, leio o teu verso, uma lente de cultura.

Sente este sentimento, que emerge, da labareda,
Do adusto desejo que tua sublimação reclama.
Vem vestida de branco, esbelta e macia, uma seda,
Pois tu continuas a ser, da poesia, a grande Dama.

Tenho a ânsia afrodisíaca do teu regaço e encanto,
Na vastidão da noite, serei o teu riso a iluminar
As notas fusas e semifusas, para fundo do teu canto
Sou a partitura, tua batuta e seus desenhos, cortando o ar.

Manuel Jorge Monteiro de Lima
Um domingo de outubro, só, pela madrugada.
Alphaville



VENHA DO CÉU
(Efigênia Coutinho)

Deste teu querer, também se esticam
Mil sons para o céu, ao qual suplicam
A sublimação do amor, ditoso sentimento
É uma imagem de suplica e tormento...

Essa ambição louca, desmedida, doentia,
transcende, nas noites e dias de elegia,
Nas paragens, freme com sua tristeza
Por não poder alcançar sua profundeza.

Um liberto Coração que tanto ama
Vai suplicando, e, tremulo, se derrama
Do desejo que ao mundo declama...
É sonho e portento dentro da chama.

Que venham os beijos que inflamam,
O riso será maior pelo tom que clamam,
Concebendo os desejos por ti regados!
Venha, venha do céu coração alado...

Outubro 2009

Efigênia Coutinho
Presidente Fundadora
Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores
www.avspe.eti.br/

ENAMORANDO


Que solilóquio, só no pensamento,
Ler um sorriso, a plenitude de se Ser
Uma extensão de luz do teu sentimento,
Um raio, uma edição, para outro ler.

Sinto a distancia, esses eflúvios de luz,
Uma leve brisa de uma pena que plana
Caída de uma pomba correio, que conduz
O recado de amor que o teu Ser emana.

Um leve manuscrito, o céu como um canto,
Algumas oitavas de um coração pungido
Por dardo atirado num momento santo,
Que mesmo a distancia fazem-me cativo.

Voa pomba, leva de volta o meu sorriso,
Pois pela pena perdida escrevi um recado
Que por sonhos vivo a imaginar o paraíso,
Pois continuo o mesmo, sou enamorado.

Alphaville 17 de outubro de 2009

Manuel Jorge Monteiro de Lima